Drex – Confira mais detalhes da CBDC brasileira que vem por aí

Drex

Você pode ainda não ter sido apresentado ao Drex, mas com certeza, esse nome vai acompanhar o seu dia a dia por muito tempo. Drex, nada mais é que a versão digitalizada da moeda brasileira.

Também chamado pelo apelido de Real Digital, o Drex contará com as características fundamentais do Real nosso de todo o dia, porém, ele é desenvolvido para sempre circular de modo digitalizado.

Devido a isso, será impossível sacá-lo em um caixa eletrônico, por exemplo, pois ele não será um dinheiro físico.

De um modo geral, a implementação de uma moeda como o Drex tem tudo para proporcionar uma série de vantagens para o cotidiano de pessoas físicas e jurídicas.

Maior eficiência nas transações, redução de custos e um amplo controle sobre o sistema financeiro são apenas alguns desses benefícios. Porém, não dá também para fechar os olhos sobre questões envolvendo privacidade.

Como será a segurança do sistema? Como utilizar a moeda? Há semelhanças com o Pix? Como funciona a privacidade do Drex? As respostas para essas e outras perguntas sobre o tema, a gente traz para você nesse artigo. Confira!

O que é o Drex

O Drex, que também podemos chamar de “versão digital do Real”, consiste basicamente em uma CBDC. E CBDC é a sigla para o termo em inglês Central Bank Digital Currency. De um modo bem simplificado, um CBDC é a digitalização da moeda oficial de um país.

Essa moeda será gerenciada pelo Banco Central, assim como o Real, porém irá circular no formato digitalizado. Inclusive, não é por acaso que o nome escolhido foi Drex, visto que as letras representam as palavras “Digital”, “Real” e “Eletrônico”, já o “X” é uma alusão à modernidade.

O Brasil não está sozinho nessa brincadeira. Hoje em dia já há outros CBDCs sendo desenvolvidos, como, por exemplo, o Yuan Digital, da China. Há ainda o e-Muramba (Uganda), o Digital Rupee (Índia), Digital Yen (Japão) e o Sand Dollar (Bahamas).

Fique por dentro das principais vantagens do Drex

O Drex é o projeto de CBDC mais avançado da América Latina. Inclusive, o Banco Central efetuou testes e avaliou possibilidades de uso do Real Digital no primeiro semestre de 2023.

Não dá para afirmar com precisão se os CBDCs terão êxito, mas a julgar por outras tecnologias digitais, como o Pix, que visam trazer mais facilidades para as transações financeiras, essa iniciativa tem tudo para se tornarem bem sucedidas.

Vale salientar, no entanto, que apesar de digital, o Drex não é uma criptomoeda no estilo Bitcoin e Litecoin, por exemplo. Sobretudo, é verdade que a segurança e a privacidade das criptomoedas e dos CBDCs passa pela tecnologia conhecida como blockchain, mas as semelhanças acabam aí, visto que as criptomoedas são descentralizadas e não são reguladas por instituições financeiras.

Por outro lado, o Drex, justamente por ser uma versão digital da moeda brasileira Real, será emitida pela autoridade de um banco central, bem como será controlada pelo governo. Em suma, é uma moeda centralizada.

Diante disso, levando em conta ainda os objetivos do Drex, é possível avaliar quais são as principais vantagens que ele poderá proporcionar para os usuários.

Centralização

O Real Digital, assim como o Real físico, será regulado pelo Banco Central, pois ele será a versão digitalizada da nossa moeda oficial. Essa centralização, além de conferir mais credibilidade, também proporciona mais recursos de segurança e proteção.

Facilidade nas transações

Por ser uma moeda que conta com todos os recursos modernos e digitais, ele poderá ser transferido de forma rápida.

Quem já está habituado com a facilidade e praticidade do Pix, por exemplo, não irá sentir tanta diferença, embora exista sim grandes distinções entre o Pix e o Drex (em breve a gente vai falar sobre isso).

Também não custa lembrar que, devido a sua natureza digital, o Drex conta com a já conhecida tecnologia blockchain, fundamental para garantir a segurança das transações.

Isso também pode facilitar a realização de negócios, proporcionando compras e vendas mais estruturadas, trazendo mais agilidade para empreendedores e consumidores.

Acessibilidade para um maior número de pessoas

As moedas digitais próprias podem ser mais acessíveis, pois são aptas a ser usadas por qualquer pessoa. Para isso, basta o usuário contar com um dispositivo com acesso à internet.

De uma forma geral, isso representa uma inclusão e democratização ainda maior das atuais tecnologias de gestão digital para as pessoas.

Rapidez nas transferências internacionais

O Real Digital também não apresentará dificuldades na realização de transferências internacionais, agilizando ainda mais o dia a dia dos usuários.

Vale também destacar que, quando o assunto é privacidade, a transparência das operações realizadas por meio do Drex será fundamental para inibir fraudes e outros crimes financeiros.

Redução de custos

O Drex vai diminuir a emissão de papel-moeda. Isso influencia positivamente a economia, visto que os gastos com impressão serão reduzidos. A consequência disso também é benéfica para o meio ambiente, com menos papel circulando no dia a dia.

Será o fim do dinheiro em espécie?

Não dá para negar que a tecnologia em relação ao mercado financeiro vem evoluindo na velocidade da luz. Um exemplo disso é o Pix, que foi lançado em 2020 e hoje em dia já se tornou o método de pagamento mais requisitado pelos usuários.

Alguém aí imaginava que, do dia para a noite, o TED e o DOC logo se tornariam jurássicos? As criptomoedas e os constantes avanços do Pix (incluindo aí o Pix Crédito e o Pix Automático) ajudaram a acelerar as transformações.

Determinar definitivamente que o dinheiro no formato físico entrará em extinção ainda é algo que está no terreno do “achismo”, porém é inegável o fato de que a implementação definitiva do Drex ajudará muito nesse processo.

Drex e Pix – Entenda as diferenças

Falando nisso, muita gente pode até se questionar qual será a utilidade do Real Digital em um contexto onde o Pix se tornou sinônimo de rapidez e praticidade. No entanto, não custa salientar que Pix e Drex são diferentes.

Ainda que ambos tenham vantagens parecidas, tais como acessibilidade e comodidade, eles não são exatamente a mesma coisa.

Sendo assim, o Pix consiste em um sistema de pagamentos instantâneos. Por meio dele é possível efetuar transações rápidas e seguras, garantindo que o valor seja transferido em poucos segundos, a qualquer hora e qualquer dia da semana.

De uma forma geral, ele permite que as transações sejam realizadas diretamente em contas bancárias. Tudo isso por meio de chaves de identificação.

O Drex, por sua vez, é a versão digital da nossa moeda oficial, o Real. Portanto, o valor de 1 Drex é igual a 1 real. Em virtude disso, ao converter as moedas, você ainda permanece com o mesmo valor, sem perder e sem ganhar dinheiro.

Na prática, podemos afirmar que, por meio do Drex, o usuário tem a possibilidade de realizar várias transações, como, por exemplo, empréstimos, pagamentos e transferência via Pix. Tudo isso de maneira digital.

Para ilustrar melhor a situação, imagine que você irá efetuar uma operação com o Real Digital. Nesse caso, é necessário que o valor da transação seja convertido em Real por uma instituição financeira, fintechs ou corretoras.

Lembre-se que apenas as instituições financeiras terão acesso ao Real Digital. Portanto, você irá necessitar de um intermediário financeiro para realizar as operações.

Drex e a questão da privacidade de dados

Como tudo que envolve negociação, transações financeiras e tecnologia, precisa de garantias de segurança, a situação não poderia ser diferente em se tratando do Drex.

O Real Digital é essencialmente uma iniciativa que visa reduzir os custos de transações financeiras, as tornando muito mais ágeis, inclusive até viabilizando algumas inovações em vários tipos de negócios.

Por essa razão, a tecnologia da blockchain (aquela mesma que confere mais segurança para as criptomoedas) também será relevante nas operações envolvendo o Drex.

Entenda o seu funcionamento

O Drex funcionará por meio de carteiras digitais. Essas carteiras são da responsabilidade de bancos ou outras instituições financeiras.

Em virtude disso, podemos afirmar que as pessoas físicas vão acessar o Drex como um “token”, de forma intermediada. Por outro lado, os bancos e demais instituições financeiras poderão acessar o Drex do mesmo modo que já fazem com o Real físico.

Além disso, no que diz respeito a privacidade, o Drex irá contar com o recurso conhecido como blockchain. A blockchain consiste em um mecanismo de banco de dados e recebe esse nome, que em português significa literalmente “corrente de blocos”, porque as informações são armazenadas e interligadas por meio de blocos.

Os dados armazenados em blocos não podem ser excluídos e nem mesmo alterados sem o consenso da rede. A consequência disso é um sistema com mecanismos integrados que inviabilizam as entradas de transações não autorizadas.

O Real Digital e a sua relação com as criptomoedas

Apesar de contar também com a presença segura da blockchain, o Real Digital não é uma criptomoeda.

Surgidas no final da primeira década do ano 2000, as criptomoedas consistem em uma solução alternativa ao sistema monetário convencional, visto que as moedas digitais não são submetidas a uma autoridade central de emissão ou regulação.

Outra característica fundamental das criptomoedas é a variação de valores, que podem ser alterados no decorrer dos anos. Um exemplo disso é a Bitcoin, a primeira criptomoeda a vir ao mundo.

Hoje em dia a criptomoeda Bitcoin tem um valor diferente do que valia quando foi criada. Além disso, essa cotação pode mudar ao longo do tempo.

O mesmo não se pode dizer dos CBDCs como o Drex, pois é uma versão digital da moeda oficial do Brasil. Ainda mais, o Drex é emitido e fiscalizado por um órgão governamental que, no caso do Brasil, é o BACEN (O Banco Central do Brasil).

Além disso, vale lembrar que o Drex possui o mesmo valor da moeda oficial, sem apresentar variações de preço. Por causa dessas características, 10 Drex sempre será igual a R$ 10,00.

O objetivo do Drex

O principal objetivo do Real Digital é usar as tecnologias modernas para agilizar e facilitar as transações financeiras, proporcionando mais rapidez e inclusão na realização dessas operações.

Em virtude disso, vale salientar também que o Real Digital surgiu para reduzir os custos de transações financeiras e torná-las mais seguras e ágeis.

Desse modo, também são aguardadas várias melhorias nas soluções do mercado de pagamentos de varejo e a até mesmo a inclusão de mais consumidores no mercado financeiro, viabilizando o acesso a investimentos, realização de empréstimos e compras de títulos públicos.

Contudo, é possível também afirmar que o Drex tem o intuito de facilitar as transações internacionais, sem taxas adicionais.

O Real Digital no dia a dia das empresas

O Drex tem tudo também para ser uma solução no meio do empreendedorismo. A razão disso são as facilidades que ele apresenta ao realizar pagamentos no exterior. Essa é uma boa notícia para fornecedores e para quem quer vender produtos e serviços para fora.

Por isso, pequenos e médios empreendedores já podem comemorar. Basta imaginar o quanto a diminuição de custos e taxas, acompanhada pela redução dos prazos e da burocracia, poderá ser vantajosa para novas iniciativas de negócio.

Também é interessante apontar outros benefícios, como por exemplo:

  • Facilidade para aqueles consumidores que não possuem contas bancárias;
  • Mais privacidade e segurança. Em virtude disso, é possível evitar a incidência de golpes, ataques digitais e lavagem de dinheiro;
  • Maior presença e regulamentação do Banco Central do Brasil, permitindo acompanhar todas as movimentações financeiras com a segurança da tecnologia blockchain.

O Drex terá custos?

A versão digital do real tem previsão de lançamento para o segundo semestre de 2024. Ela deverá ser usada, especialmente, por bancos e instituições financeiras. Contudo, o público em geral pode acessar essa ferramenta e os benefícios proporcionados, porém com algum custo.

Ainda não há um valor definido pelo Banco Central. Ainda assim, é evidente que as vantagens oferecidas pelo Real Digital compensam.

Por meio do Drex será possível realizar tarefas variadas, tais como empréstimos, pagamentos e transferências via Pix. O objetivo dessa solução é acompanhar o Real, tanto em cotação quanto em segurança financeira, sendo um recurso completamente virtual.

Privacidade, segurança e tokenização da economia

Além de criar uma versão digitalizada da moeda Real, há ainda a tokenização do sistema. Nesse caso, é importante salientar que a digitalização de moedas é diferente da tokenização.

O Drex, portanto, surge como uma conversão direta do formato físico para o digital, nesse caso, 10 Drex serão sempre iguais a R$10,00.

Por outro lado, a tokenização consiste na transformação de bens e direitos em representações digitais, dentro de uma blockchain.

Desse modo, é possível aferir que o impacto do Drex na tokenização é evidente e tem tudo para fortalecê-la ainda mais, visto que ele apresenta uma forma digitalizada do Real.

Banco Central e a criação do Drex

No contexto institucional, o destino da economia do Brasil é determinado por uma série de instituições e de órgãos reguladores em diversos níveis.

No entanto, vale destacar uma instituição financeira bastante relevante dentro desse cenário econômico. Estamos falando do Banco Central do Brasill, também conhecido por Bacen. As decisões sobre economia passam por ele, inclusive a criação e implantação de uma iniciativa, como a do Real Digital.

Fundado em 1964, a função do Banco Central do Brasil é exercer um papel executivo em relação a temas que envolvem o Conselho Monetário Nacional (CMN). Em suma, o intuito do Banco Central é cumprir as disposições determinadas pelo CMN.

Sendo assim, é a presença do Bacen que assegura a viabilidade do Sistema Financeiro Nacional e estabilidade nas relações econômicas. Além disso, ele também é fundamental na implementação de soluções que envolvem a nossa economia, como o Drex.

O intuito do Banco Central com a criação de CDBCs, como o Real Digital, por exemplo, é promover a modernização da economia dos países, a inserindo no atual contexto da digitalização.

Há também outros objetivos e um deles é reduzir gastos com a criação e a circulação do papel-moeda. Tal iniciativa, além de promover mais facilidade na realização das transferências monetárias, também contribui para uma postura mais sustentável no âmbito ecológico.

Os principais desafios do Drex

A previsão para a implementação do Real Digital é o segundo semestre de 2024. A expectativa é que essa solução estabeleça uma série de vantagens para a economia do país.

Entre elas estão muito mais agilidade na realização das operações e um ambiente seguro e robusto, capaz de inibir fraudes. Além também, obviamente, da redução de custos associados a movimentações financeiras.

Apesar de ser uma iniciativa moderna, que segue o ritmo da digitalização do mercado financeiro, não dá para ignorar que o Drex vai enfrentar alguns desafios no processo de implantação e de uso. Sendo assim, podemos elencar os principais na sequência.

Aceitação inicial da moeda digital

Em um primeiro momento, boa parte dos empreendedores e consumidores não estarão devidamente habituados com a novidade. Isso é normal, especialmente em se tratando de lojas e estabelecimentos de pequeno porte e mais tradicionais.

Tais locais, inicialmente, não contarão com equipamentos e pessoas que entendam essa tecnologia. Por essa razão, será necessário contar com conteúdos e canais que esclareçam para a população como será o funcionamento da versão digitalizada do Real.

Nesse contexto, é necessário também reforçar o quanto o Drex apresenta mecanismo robustos de privacidade, envolvendo a blockchain, que é fundamental para a segurança desses sistemas.

Questão da inclusão digital

Pesquisas apontam que nem todos os cidadãos brasileiros possuem acesso à internet ou até mesmo dispositivos móveis. Isso representa um empecilho para a implantação de uma iniciativa como o Drex.

Além do mais, algumas pessoas possuem total familiaridade com tecnologias digitais ou smartphones.

Nesse caso, o uso de moedas digitais excluiria indivíduos que não apresentam habilidades ou recursos necessários para aproveitar as vantagens dessa nova forma de pagamento, podendo levar a uma exclusão digital e acirrar ainda mais as desigualdades sociais.

Possíveis custos

Em um cenário onde atua um forte concorrente como o Pix, o Real Digital terá que destacar as suas vantagens, ainda mais se levarmos em conta a possibilidade dele apresentar algum custo, mesmo que ínfimo, para os usuários.

Por tudo isso, resta aguardar a implementação e avaliar os desafios e também as oportunidades que o Real Digital vai apresentar para o dia a dia das empresas e da população em geral.

Conclusão

O Drex é uma novidade que vem para trazer várias facilidades no segmento do mercado financeiro. Ele será um grande avanço do Brasil quando o assunto são os CBDCs.

O mundo já caminha para a digitalização no universo das finanças. E é aí que entra em cena o conceito de CBDC, que consiste essencialmente em uma versão virtual da moeda de um país.

China, Japão, Estados Unidos, Canadá, Jamaica e Índia são alguns exemplos de nações que estão entrando no terreno das CBDCs, sigla para Central Bank Digital Currency. No caso do Brasil, o Drex é o nome da versão digitalizada do nosso Real.

Em português, o termo Central Bank Digital Currency significa Moeda Digital Emitida por Banco Central. Isso quer dizer que, apesar de digital, o Drex não é uma criptomoeda e é diferente do Pix.

O Drex terá o mesmo valor da moeda Real, ou seja, ele é uma extensão do dinheiro físico. Em termos práticos, os usuários poderão acessar o Drex por meio de contas digitais em instituições financeiras, aplicativos e plataformas de pagamento.

Apesar dos desafios que uma nova solução sempre enfrenta em seus momentos iniciais, a expectativa é que o Real Digital, em pouco tempo, seja amplamente aceito e estabeleça várias vantagens.

Além disso, o ambiente do Drex é extremamente seguro, pois ele proporciona bastante privacidade e proteção para os usuários, visto que ele conta com a tecnologia blockchain, essencial para garantir a proteção nas transferências e operações.

A previsão de lançamento do Drex é para 2024. Portanto, para você ficar por dentro das novidades e de tudo que ocorre com o Real Digital – e também com outros assuntos do mercado financeiro – acesse outros conteúdos aqui no portal Techfin.

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