Inteligência Artificial – Onde essa tecnologia vai parar?

Não é novidade para ninguém o fato de que estamos na era digital. A presença de smartphones, das plataformas de streaming, da ascensão das criptomoedas e outras modernidades, apenas reforça que o modo como compramos e vendemos produtos e serviços está cada vez mais automatizado.

Nesse cenário onde a digitalização chegou de vez no dia a dia das empresas e dos consumidores, não dá para deixar de mencionar um conceito fundamental: a IA, que popularmente conhecemos pelo nome de Inteligência Artificial.

No segundo semestre de 2022 esse assunto voltou à tona, quando a empresa OpenAI mostrou ao mundo a ferramenta ChatGPT, que conta com avançados recursos de Inteligência Artificial.

O ChatGPT pode realizar diversas tarefas, que vão desde elaborar roteiros para viagens, criar histórias de ficção, resolver cálculos matemáticos, dar conselhos e, especialmente, assombrar o futuro dos profissionais das mais diversas áreas.

Isso mesmo, as quase infinitas possibilidades que o ChatGPT oferece – e até mesmo outras ferramentas semelhantes – fazem o mundo questionar qual é o limite da Inteligência Artificial, qual será o futuro de profissionais como designers, copywriters, jornalistas e artistas.

O discurso de que a IA não pode ser a substituta da criatividade humana ainda vigora, mas é inegável que na busca por soluções rápidas, muitos gestores apelam para a Inteligência Artificial.

Com isso, dúvidas sobre o impacto, a ética e a influência dessa ferramenta surgem pelo caminho, tornando um dos assuntos mais pertinentes no atual contexto da digitalização. Para saber mais sobre os rumos da Inteligência Artificial, confira esse conteúdo que preparamos para você. Boa leitura!

Isaac Asimov e a ficção científica refletindo sobre o uso da IA

A ideia da Inteligência Artificial é muito comum em obras de ficção científica. Basta você dar uma passeada nos mais variados produtos da cultura pop, envolvendo histórias em quadrinhos, filmes e séries de TV, para aferir o quanto o tema IA é presença constante.

Entretanto, é verdade que nem sempre a Inteligência Artificial é vista com bons olhos em várias dessas obras, mostrando que dar capacidade de aprendizado e decisão para as máquinas não é uma boa ideia. Inclusive, filmes como Matrix e Terminator denotam que esse é o caminho mais rápido para a nossa extinção.

Diante de tantas obras com esse teor apocalíptico, se torna difícil mesmo pintar um quadro otimista das IAs. Mas não é só de robôs malvados e máquinas insensíveis vive a ficção científica. O autor Isaac Asimov (1920-1992) sempre trouxe uma perspectiva mais positiva acerca desse tema.

Para isso, o autor de “Eu, Robô” e outros clássicos, desenvolveu para as suas narrativas as três leis da robótica:

● Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal.

● Um robô deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos em que entrem em conflito com a Primeira Lei.

● Um robô deve proteger sua própria existência, desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou Segunda Leis.

Com base nessas três regras, o escritor conseguiu estabelecer, nas suas obras, o convívio pacífico entre máquinas e humanos.

Hoje em dia, a Inteligência Artificial está presente na vida das pessoas e muita gente não percebe. Exemplos disso não faltam, pois o chatbot em um e-commerce sanando dúvidas sobre preços e métodos de pagamento ilustra bem essa questão.

Netflix e Youtube sugerindo conteúdo baseados em algoritmos também são exemplos práticos, reforçando que a ideia da Inteligência Artificial planejando a dominação mundial (felizmente, por enquanto) reside apenas na ficção.

Sendo assim, as IAs não se enquadram em categorias estanques, não dá para carimbá-las com o rótulo “do bem” ou “do mal”. A Inteligência Artificial é um instrumento, portanto, para a usarmos sem causar prejuízos, devemos conhecê-la e estabelecer limites.

Da ficção para a realidade – Um breve histórico da Inteligência Artificial

Para uma melhor compreensão sobre os rumos da Inteligência Artificial, para saber onde essa tecnologia vai parar, é interessante ficar a par de onde ela veio, como ela surgiu e evoluiu até chegar aos dias de hoje.

Essencialmente podemos afirmar que a Inteligência artificial consiste em um campo que alia a ciência da computação a conjuntos de dados com o objetivo de sanar problemas.

 Para isso, ela conta também com campos secundários conhecidos como o Machine Learning (Aprendizado de Máquina) e o Deep Learning (Aprendizado Profundo), que são essenciais para as máquinas terem um raciocínio semelhante ao do cérebro humano.

Início da Inteligência Artificial

As raízes da moderna Inteligência Artificial estão na metade do século XX, nos anos 40, quando os pesquisadores Warren McCulloch e Walter Pitts descreveram uma estrutura de raciocínio matemático semelhante ao sistema nervoso humano.

O artigo apresentou o conceito das redes neurais, requisito fundamental para o desenvolvimento de qualquer Inteligência Artificial nos dias de hoje.

Nos anos 50, graças a estudos promovidos por cientistas como Alan Turing, houve um significativo avanço no desenvolvimento e estudo das IAs.

Nesse período, surgiu o Processamento de Linguagem Natural (PLN), que permite às máquinas reconhecerem e produzirem textos, transcreverem falas e traduzirem idiomas. Se hoje você conversa com chatbots, um dos responsáveis por isso é o estudo do PLN.

IA nos dias atuais

Os anos 90 representam uma página importante na história da Inteligência Artificial. Foi nesse período que o computador Deep Blue derrotou o renomado enxadrista Garry Kasparov.

No alvorecer do novo milênio, os estudos sobre Inteligência Artificial demonstraram um grande avanço. Sendo assim, novas técnicas aliadas ao Deep Learning, possibilitaram que as máquinas realizassem tarefas como o reconhecimento facial e até mesmo a condução autônoma de veículos.

A partir daí já se tornou possível falar em IA nas finanças, na medicina, na arte e em vários outros campos. Com isso, empresas como a Apple, a Microsoft e a Amazon investiram em pesquisa, lançando produtos e serviços baseados nesse tipo de tecnologia.

Google Assistente, Cortana, Siri, Alexa e Watson são apenas alguns exemplos que ilustram o atual estágio da tecnologia da Inteligência Artificial.

Aplicações da Inteligência Artificial no dia a dia

A Inteligência Artificial pulou dos livros de ficção científica e fincou os dois pés com força na realidade. Ainda que em muitas situações essa tecnologia nem sempre seja percebida por nós, ela já é uma prática muito utilizada pelo Marketing Digital, pela ciência e também em outros setores.

Por causa disso, pode ser assustador o quanto poderemos ficar dependentes da IA. Se tornar refém de máquinas pensantes definitivamente não é a ideia do que imaginamos ser um futuro promissor. Por isso, é sempre bom refletir acerca dos limites que essa (e qualquer outra) tecnologia oferece.

Não precisamos acreditar que o século XXI será marcado pela luta apocalíptica contra robôs, assim como mostram os filmes da franquia “Exterminador do Futuro”, mas devemos estar atentos sobre como utilizamos as IAs e quais limites devemos impor a ela.

Não dá para negar que a Inteligência Artificial proporciona várias vantagens. Sem ela, as modernas Fintechs (empresas de tecnologia financeira), talvez nem existissem. Até mesmo o conceito de IoT (Internet das Coisas) seria algo bem distante da realidade.

A Inteligência Artificial, hoje em dia, é tão importante que ela está presente em diversas situações no nosso dia a dia, conforme os exemplos a seguir.

Atendimento ao cliente

Proporcionar uma boa User Experience (Experiência de Usuário) é palavra de ordem para qualquer gestor que queira oferecer atendimento de qualidade na era digital. E é aí que entra em cena uma tecnologia chamada Chatbot, que tem na IA a sua principal engrenagem.

Um chatbot consiste em um programa de computador que simula e processa diálogos humanos. Esses diálogos podem ser falados ou escritos, permitindo que as pessoas interajam com dispositivos digitais como se estivessem se comunicando com uma pessoa real.

Se você acessou um e-commerce ou algum aplicativo e surgiu no canto da tela a frase “olá, como posso te ajudar?” ou outra variação, então você dialogou com um Chatbot, um atendente virtual feito para sanar as suas principais dúvidas.

De uma forma geral, os chatbots podem ser simples, desenvolvidos para responder a uma consulta simples com uma resposta de uma única linha. Em alguns casos, eles podem ser sofisticados, capazes de aprender e evoluir para fornecer respostas complexas.

Esse é o caso do tão badalado ChatGPT, que é capaz de escrever poesia, elaborar receitas de bolo e, por causa dessas quase infinitas possibilidades, tem também a capacidade de trazer preocupação para os mais variados profissionais.

Afinal, é difícil concorrer com uma máquina tão potente. Não por acaso, essa é uma das ferramentas de IA que mostra como é necessário refletir sobre os limites dessa tecnologia.

IA na medicina

Os tentáculos da Inteligência Artificial também alcançaram o campo da medicina. É óbvio que ainda não existem androides realizando cirurgias complexas, porém é inegável o quanto a IA avançou nesse segmento, otimizando tarefas e melhorando o atendimento aos pacientes.

Graças ao Machine Learning, Big Data e outros recursos, a Inteligência Artificial possibilita avaliar e processar uma considerável quantidade de dados relacionados a pacientes. Assim ela traz melhorias para atividades essenciais, como, por exemplo, o diagnóstico e tratamento de várias doenças.


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Os benefícios que essa tecnologia tem para oferecer fazem toda a diferença no dia a dia dos hospitais, impactando de modo significativo a atuação dos médicos e o bem-estar dos pacientes. Só para se ter uma ideia, algumas das vantagens consistem em:

● Possibilidade de monitorar pacientes em tempo real

● Rápida organização de documentos e agendamento de consultas

● Previsão mais acurada quanto ao risco de doenças

● Realização de cirurgias e consultas à distância

● Envio rápido de dicas e aconselhamentos para evitar infartos e outros problemas

● Cálculo mais preciso das dosagens de determinados medicamentos

Também convém lembrar dos gadgets e aparelhos baseados em Inteligência Artificial que facilitam esse trabalho. É aí que entram em cena os dispositivos vestíveis, também conhecidos como wearables.
Eles podem ser relógios, pulseiras e diferentes tipos de adereços capazes de medir os batimentos cardíacos, respiração, nível de glicose e outras funcionalidades.

Mas como tudo que envolve Inteligência Artificial merece atenção e cuidado, é sempre bom lembrar que a IA na medicina deve seguir princípios éticos bem definidos, tendo à disposição tecnologias e plataformas que estejam de acordo com a legislação.

Por isso que órgãos como o CFM (Conselho Federal de Medicina) e o Ministério da Saúde devem estar antenados com o assunto.

Presença da Inteligência Artificial na indústria

A era digital também é a era das fábricas inteligentes. Não é à toa que muita gente já vem falando em Indústria 4.0, em que a Inteligência Artificial é uma das grandes protagonistas.

Logo, não estranhe o fato de que para aperfeiçoar a eficiência operacional, organizar a cadeia de suprimentos, lançar novos produtos e elaborar melhores condições para as equipes, o Machine Learning e a automação industrial estão aí para trazer mais possibilidades para os negócios.

Dessa forma, a Inteligência Artificial, lendo algoritmos e analisando uma quantidade gigantescas de dados, também abraça o setor industrial, incluindo segmentos como eletroeletrônico, automobilístico e eletrodoméstico.

De acordo com alguns estudos, a Inteligência Artificial já é uma realidade na indústria brasileira nos últimos anos. Isso mostra o quanto a IA vem ganhando ainda mais relevância, principalmente por causa de vantagens conforme veremos.

Manutenção preditiva

A manutenção preditiva realizada por meio de Inteligência Artificial é uma solução de monitoramento dos processos que utiliza a combinação de sensores inteligentes com uma rede de máquinas conectadas entre si.

Esse tipo de manutenção permite detectar possíveis interrupções na produção e danos que podem provocar acidentes, analisando os dados apontados.

Na manutenção preditiva, o Machine Learning permite que os dispositivos sejam ensinados a prever quando ou se um equipamento funcional apresentará algum tipo de defeito, antecipando a realização da manutenção e o seu possível reparo devidamente agendado.

IA na Gestão de estoque

As ferramentas de previsão baseadas em Inteligência Artificial oferecem resultados com alta precisão, capazes de facilitar o planejamento de estoques e suprimentos.

Graças a essa possibilidade se torna muito mais fácil ter uma gestão eficiente dos recursos materiais capaz de prever situações em que a verba voltada para o controle de estoque seja reavaliado, evitando que a falta ou excesso de estoque não influencie no desempenho de vendas.

Otimização de processos

Os programas inteligentes utilizados nas indústrias auxiliam as empresas a otimizar os fluxos de trabalho. Quem agradece são os gestores que passam a ter uma melhor visibilidade dos processos e produtos a partir de uma compreensão holística do funcionamento das máquinas e gerenciamento de equipes.

Ter a possibilidade de automatizar atividades básicas é importante para liberar o tempo dos funcionários, permitindo que eles mantenham o foco em tarefas menos repetitivas, como planejamento, gerenciamento e nas operações de back-office.

Todavia, apesar das várias vantagens, a IA no segmento das indústrias também deve ser encarada com responsabilidade, sempre com o foco em valorizar cada vez mais o trabalho humano e a criatividade.

Robótica e IA

Robôs são conhecidos nas histórias de ficção científica e nem sempre por serem simpáticos e bonzinhos. Contudo, na vida real, ainda bem, a situação é diferente e os robôs estão presentes no nosso dia a dia.

O uso de robôs é uma das principais características da Inteligência Artificial, sendo uma solução que permite a automatização de tarefas repetitivas não apenas nas indústrias, mas em várias empresas.

Eles também servem para promover a redução de erros humanos a números próximos de zero, inclusive ajudando, por meio de softwares e aplicativos, em determinados processos em que o trabalho feito por pessoas ainda é essencial.

Os robôs, de uma forma geral, podem ser máquinas capazes de realizar tarefas como montagem, soldagem, pintura, inspeção de produtos, coleta, entre outras atividades.

No caso da gestão digital e gerenciamento de e-commerce, existem os chatbots, que consistem em um tipo de robô programado para atender clientes, respondendo a questionamentos básicos sobre um assunto. 

Os chatbots são a prova de que as IAs, quando bem empregadas, podem trazer excelentes benefícios, ajudando naquelas tarefas básicas que qualquer gestor de marketing tanto preza nos dias de hoje, como nutrição de leads, melhorar vendas e conhecer melhor o perfil dos clientes.

No entanto, é sempre bom lembrar que os chatbots e robôs em geral podem ser uma solução, mas não a definitiva. O trabalho feito por pessoas, de forma criativa, ainda é um grande diferencial e é essencial para evitar a dependência total dessa tecnologia.

Machine Learning e Deep Learning – Dois alicerces importantes da moderna IA

Atualmente qualquer um que se debruçar sobre o tema da Inteligência Artificial vai se deparar pelo caminho com esses dois conceitos: Machine Learning e Deep Learning.

Se hoje você conversa com um chatbot, se hoje a sua plataforma preferida de streaming “adivinha” qual é o seu filme favorito, saiba que o Aprendizado de Máquina e o Aprendizado Profundo possuem uma boa parcela de culpa.

O Machine Learning é um campo dentro da Inteligência Artificial. Ele consiste em um método de análise de dados que tem o objetivo de automatizar a construção de modelos analíticos. Esse método tem origem na ideia de que padrões podem ser reconhecidos e compreendidos pelas máquinas.

A partir desse reconhecimento, as máquinas se tornam aptas a realizar tarefas que antes apenas eu, você ou outro humano teria capacidade para fazer. Hoje em dia, com o avanço de estudos sobre algoritmos e análise de dados, o Aprendizado de Máquina evoluiu, possibilitando o seu uso em:

● Fintechs

● Operadoras de saúde

● Transportes

● Marketing e vendas

O Machine Learning é importante no segmento das Fintechs e do Marketing Digital, auxiliando essas empresas a conhecerem melhor o perfil de clientes.


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No segmento dos transportes, por exemplo, esse recurso é uma solução para elaboração de rotas mais eficientes e da previsão de problemas potenciais para aumentar a rentabilidade.

Sobretudo, se o Machine Learning é importante para o desenvolvimento das IAs como as conhecemos hoje, o mesmo é possível afirmar do seu “primo”, o Deep Learning.

O Aprendizado Profundo vai além do simples Aprendizado de Máquina, pois ele utiliza redes neurais artificiais que aprendem com grandes quantidades de dados.

Essas redes são algoritmos que possuem uma estrutura semelhante ao cérebro humano, otimizando a capacidade das máquinas de assimilarem informação.

Os impactos negativos e os desafios da Inteligência Artificial

Os benefícios, “o lado bonzinho” e prático das IAs em nosso dia a dia, são evidentes. Mas nem tudo é perfeito no universo das máquinas pensantes.

Até que ponto a tecnologia deixa de ser uma ajudante e se torna a definitiva protagonista? Como fica a questão dos empregos e a criatividade na realização das tarefas?

Qual será o futuro de designers, programadores e artistas em um mundo onde uma ferramenta digital pode entregar uma poesia digna de um Fernando Pessoa?

Já é sabido que a Inteligência Artificial não tem um papel de criadora, na verdade, ela coleta o máximo informações para entregar conteúdo. Em suma, não é uma tarefa que demanda criatividade ou até mesmo “alma”.

No entanto, não dá para fechar os olhos diante dos desafios que ela traz, especialmente devido aos seus aspectos negativos em vários segmentos profissionais. Em virtude disso, não é um exagero afirmar que a Inteligência Artificial está provocando mudanças significativas no mercado.

Sendo assim, vamos ver alguns dos impactos negativos do ChatGPT e sua turminha nos dias de hoje que são fáceis de serem percebidos.   

Desemprego e abismo social

Esse é provavelmente um dos maiores temores quando a pauta é a presença das ferramentas de Inteligência Artificial.

A ideia de acordar e saber que você foi substituído por uma máquina que faz o seu trabalho mais rápido é mais amedrontadora que muito futuro pós-apocalíptico protagonizado por robôs descontrolados.

O temor do protagonismo das máquinas não é uma novidade. No alvorecer da revolução industrial, no século XVIII, esse medo acompanhava qualquer trabalhador que via o avanço tecnológico desenfreado.

Hoje, no século XXI, o aumento de pessoas que perdem o emprego impacta de forma negativa as pautas sociais, podendo ampliar os índices de criminalidade.

Para mitigar esse problema, é necessário encontrar maneiras de criar novas oportunidades de trabalho, otimizando a capacitação profissional das pessoas, de modo que seja possível desenvolver habilidades que complementam a capacidade da IA.

Interferência na privacidade

Uma das características de algumas ferramentas de IA é a capacidade de coletar uma considerável quantidade de dados pessoais, contendo informações que, em alguns casos, podem afetar a privacidade dos indivíduos.

Ainda que tais coletas sejam para fins publicitários e de estratégias de Marketing, é fundamental priorizar a segurança e a privacidade das pessoas. Por isso, a solução é reforçar leis que priorizam a liberdade e a experiência segura no ambiente online.

Nesse sentido, a LGPD (Lei Geral de Proteção dos Dados) é um importante instrumento para garantir esse ambiente saudável.

Desenvolvimento de armas bélicas

O uso de armamento baseado em Inteligência Artificial também é um problema. A partir disso, a comunidade internacional deve determinar regulamentações e acordos para restringir o desenvolvimento e a utilização de armas autônomas.

Isso pode levar a proibição de determinadas tecnologias para evitar que tais artefatos sejam utilizados.

Conflitos na produção artística

A arte sempre é um tema permeado por questões de natureza subjetiva e quando a Inteligência Artificial entra no meio, a coisa complica se torna mais complexa. Ainda mais quando sabemos que já existem ferramentas capazes de compor um soneto imitando o estilo do William Shakespeare.

Esse é um dilema que atormenta até mesmo o meio acadêmico, levantando a possibilidade de artigos e textos serem produzidos por máquinas.

No segmento da ilustração e da publicidade, vários designers já se preocupam com a possibilidade de editoras utilizarem máquinas para a elaboração de capas de livros, rótulos para produtos e marcas para as empresas.


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A solução, para deixar essa competição menos desigual, é valorizar cada vez mais a capacidade criativa dos artistas, tendo em mente que as IAs não possuem a sagacidade para a elaboração de algo original e diferenciado. Elas contam com algoritmos que apenas obedecem a uma programação.

Também é interessante pensar no desenvolvimento de ferramentas capazes de identificar trabalhos feitos por IA, no melhor estilo “o feitiço virou contra o feiticeiro”.

Conclusão

Não dá para deixar de lado a importância e o auxílio da tecnologia. No entanto, também é um erro não frear determinados avanços tecnológicos, capazes de tornar algo vantajoso em um elemento que mais causa estragos do que soluções.

Assim como os homens das cavernas descobriram que o fogo poderia ser útil e, ao mesmo tempo, perigoso, nós, cidadãos do século XXI, também devemos ter essa consciência em relação ao uso da Inteligência Artificial.

Inclusive, do mesmo modo que a IA pode decretar a extinção de determinadas profissões, elas também podem abrir portas para a criação de novas especializações e trabalhos, especialmente quando envolvem o campo da tecnologia e informação.

Portanto, é vital perceber os avanços que ela traz para o Marketing Digital, para a medicina e a indústria. Apesar disso, não devemos fechar os olhos para os seus efeitos nocivos, pois o importante é sempre lembrarmos que as IAs devem servir as pessoas. Elas são as ferramentas, não nós.

Cientes das vantagens e desvantagens, é possível ter uma noção para estabelecer limites, reduzindo ao máximo os empecilhos que essa tecnologia traz, sem deixar de aproveitar os aspectos positivos.

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