De acordo com dados e pesquisas recentes, o mercado das finanças não é mais um terreno exclusivo dos homens. Aos poucos, várias profissionais da área de administração, economia – e até mesmo de outros segmentos, vão conquistando espaços valiosos nesse cenário, abrindo portas e oportunidades também para mulheres.
O mercado financeiro, há muito tempo dominado por homens, testemunhou uma mudança notável com o aumento da participação e influência das mulheres. Muitas mulheres tiveram feitos excepcionais e provam ter muito valor todos os dias a frente de empresas protagonistas no mercado financeiro.
Neste conteúdo, vamos explorar um pouco mais sobre a jornada das mulheres neste setor desafiador, destacando suas conquistas, os desafios que enfrentam e o impacto que têm tido.
História das mulheres no mercado financeiro
As mulheres têm desempenhado papéis importantes no mercado financeiro ao longo da história, embora muitas vezes tenham sido sub-representadas e enfrentado discriminação.
No século XIX, por exemplo, as mulheres eram proibidas de operar na bolsa de valores em muitos países, limitando sua participação nos mercados financeiros formais.
No entanto, ao longo do tempo, as mulheres começaram a desafiar essas restrições e a assumir papéis mais de protagonismo no setor financeiro. Muitas delas abriram caminho para gerações futuras de mulheres no mercado financeiro.
Ainda no século XIX, especialmente no continente europeu, uma parcela da população feminina decidiu se aventurar no ramo das finanças, principalmente devido à entrada de novos ativos financeiros.
Vale salientar que a maioria dessas novas investidoras eram mulheres com uma boa situação financeira, inclusive, algumas delas eram solteiras e necessitavam de um investimento para se sustentar sem a presença de um marido.
Ao longo do século XIX, a presença feminina no universo das finanças ganhou força. Em virtude disso, foi nessa época que, na Inglaterra, o banco Barclays reservava algumas ações para algumas investidoras.
Investidoras brasileiras
Se no velho mundo a atuação das mulheres no mercado financeiro crescia, do outro lado do Atlântico a situação andava um pouco mais devagar, mas ainda assim, avançava. Um exemplo disso foi Eufrásia Teixeira Leite, nascida no município de Vassouras, no Rio de Janeiro.
Mesmo em um período em que as mulheres não votavam e se limitavam essencialmente em ser esposas, Eufrásia investiu o patrimônio que ela herdou do pai. Ela investiu em vários países e em moedas diversas.
Corta agora para o século XXI. Hoje em dia, após a revolução industrial, vários avanços tecnológicos e algumas guerras mundiais, a situação das mulheres no mercado financeiro é bem distinta do que era para a brasileira Eufrásia e para as investidoras europeias.
A conquista das mulheres em outros espaços, como na política, na ciência, esportes, gestão de empresas e outras áreas, também foi um incentivo para a entrada delas no universo dos investimentos.
Hoje, apesar do mercado financeiro ainda ser um ambiente com maior predominância de homens, muitas mulheres são protagonistas nesse setor e mais abaixo você vai conhecer um pouco mais sobre quem elas são.
Desafios enfrentados por mulheres no mercado financeiro
Apesar do progresso, as mulheres continuam enfrentando uma série de desafios no mercado financeiro. O viés de gênero persiste em muitos aspectos, desde a contratação até a promoção, com as mulheres muitas vezes enfrentando barreiras para avançar em suas carreiras.
A falta de modelos femininos de liderança também pode ser um obstáculo, tornando mais difícil para as mulheres visualizarem seu próprio sucesso no setor.
Além disso, a questão da conciliação entre trabalho e vida pessoal continua sendo um desafio significativo para muitas mulheres no mercado financeiro.
No entanto, já não é novidade que as mulheres já “furaram a bolha” do mundo dos investimentos. No entanto, ainda assim há algumas barreiras a serem superadas. Entre elas, podemos destacar:
- Desconfiança
- Falta de incentivo a buscar carreira no setor
- Estereótipo de gênero
O incentivo a ler materiais que abordam esse assunto pode ser considerado uma forma para ajudar a superar esses desafios. Um bom exemplo de livro acerca desse tema é o Mulheres que Lucram, escrito pela economista Francine Mendes.
Para enfrentar esses desafios, as empresas que estão em constante crescimento e desenvolvimento já entenderam o valor das mulheres e fazem o que é possível para melhorar o cenário em busca de maior protagonismo para essas mulheres no setor.
Tudo isso vem por meio da construção de um ambiente de trabalho saudável, em constante evolução e da promoção de políticas corporativas que buscam trazer cada vez mais a igualdade de oportunidades, celebração das suas diferenças e enaltecimento do que cada colaborador tem de melhor.
Saiba mais sobre a abordagem humanizada e personalizada no mercado financeiro
Mulheres de destaque no mercado financeiro
Apesar dos desafios, muitas mulheres têm alcançado sucesso notável no mercado financeiro. Janet Yellen, por exemplo, foi a primeira mulher a ocupar o cargo de presidente do Federal Reserve dos Estados Unidos, demonstrando liderança e habilidades excepcionais em um ambiente historicamente dominado por homens.
Da mesma forma, Christine Lagarde, como presidente do Banco Central Europeu, e Abigail Johnson, CEO da Fidelity Investments, são exemplos inspiradores de mulheres que alcançaram posições de destaque no setor financeiro.
No Brasil, grandes nomes do mercado financeiro são Cristina Junqueira, a co-fundadora do Nubank, Carol Paiffer, investidora do Shark Tank Brasil e CEO da Atom, empresa com a maior mesa proprietária do Brasil, listada na Bolsa de valores e até mesmo Ticiana Amorim, fundadora e CEO da Aarin, techfin de serviços financeiros que faz grande impacto do mercado financeiro.
Ticiana Amorim, a CEO da Aarin – Uma história do sucesso das mulheres no mercado financeiro
Dentre as mulheres de destaque no mercado financeiro, destaca-se Ticiana Amorim, uma empreendedora visionária e CEO da Aarin, uma techfin de serviços financeiros.
Ticiana Amorim é uma empreendedora visionária, natural da Bahia, e uma figura de destaque no cenário do mercado financeiro. Aos 31 anos de idade, ela é a sócia-fundadora e CEO da Aarin, uma techfin especializada em serviços financeiros.
A história de Ticiana começou na sua infância, aos 7 anos de idade, em que ela demonstrou um espírito empreendedor único. Ao se deparar com figurinhas repetidas de um álbum do Pokémon, Ticiana não hesitou em transformar essa oportunidade em um negócio.
Ela reuniu suas figurinhas repetidas, colocou em um baú e foi para a porta de sua casa vendê-las para outras crianças. Esse incidente revela não apenas sua determinação desde pequena, como também sua capacidade de identificar e capitalizar oportunidades de negócios.
No entanto, o caminho para o sucesso de Ticiana não foi isento de desafios. Como ela mesma destaca, ser a primeira empreendedora em sua família trouxe consigo uma série de obstáculos únicos. Mas sua resiliência e determinação a impulsionam para frente, permitindo-lhe superar cada obstáculo.
O empreendedorismo não foi apenas uma escolha para Ticiana, foi uma vocação. Ela reconheceu desde cedo que o sucesso não é alcançado de forma isolada, mas sim por meio da colaboração e da busca constante por clientes.
Logicamente, Ticiana trabalhou muito e se desenvolveu bastante ao longo da sua jornada. Antes de fundar a Aarin, que hoje é responsável por atender mais de 200 empresas e já movimentou cerca de R$ 50 milhões em transações Pix, ela foi presidente de uma empresa júnior na faculdade, criou a Move, uma agência de experiência de marca e também foi sócia da Zigpay.
Nenhum sucesso vem apenas de vocação e a força da mulher pode ser muito bem representada pela jornada empreendedora de mulheres como Ticiana Amorim.
Preparando o mercado para o protagonismo das mulheres
À medida que as mulheres continuam a desempenhar papéis cada vez mais proeminentes no mercado financeiro, é essencial que o setor se adapte e se prepare para essa mudança.
Podemos observar que grandes mulheres no mercado financeiro trouxeram transformações significativas e inspiradoras. Por isso, é interessante desenvolver mais abordagens com o objetivo de criar mais oportunidades para mulheres no meio e romper as barreiras discriminatórias que ainda existem.
De um modo geral, os empecilhos que podem atrasar o acesso de mulheres no mercado financeiro são os mesmos que elas encontram no mercado de trabalho como um todo. Isso vale para qualquer área.
Por essa razão, os desafios que contemplam um espaço mais abrangente das mulheres no mercado financeiro não são superados de uma hora para outra.
O ideal é estimular e conscientizar todos os envolvidos, bem como incentivar iniciativas básicas, conforme os exemplos a seguir.
Proporcionar mais educação financeira para mulheres
Investir em programas de educação financeira voltados para mulheres, fornecendo as habilidades e o conhecimento necessários para tomar decisões financeiras informadas e assumir um papel ativo nos mercados.
Também é importante que mais mulheres tenham acesso à educação financeira desde o básico ao avançado, para conhecerem como funciona o mercado, como gerir o seu dinheiro e como avançar nesse segmento e ter sucesso nesse mercado.
Portanto, mais do que simplesmente ensinar matemática e economia, é preciso estimular, desde cedo, o acesso a conceitos fundamentais sobre como gerenciar lucros, como pensar a vida financeira de forma estratégica e planejada.
Ainda é nesse contexto que a gente pode dizer o quanto a educação financeira é importante. E no caso das mulheres, ela pode ser um incentivo a mais para elevar mais o protagonismo feminino no ambiente corporativo.
Por meio da educação financeira, as mulheres, das mais variadas idades, conseguem ver que o mundo dos investimentos pode até possuir alguns conceitos complexos, mas também é um espaço para qualquer pessoa com disciplina, pensamento estratégico e analítico.
Mentoria e Networking
É essencial estabelecer programas de mentoria e redes de apoio que conectem mulheres em todos os níveis de suas carreiras, proporcionando oportunidades de aprendizado, crescimento, desenvolvimento profissional e o protagonismo de mulheres no mercado.
O papel das mentorias no mundo das finanças é extremamente relevante, seja para as mulheres que estão dando os primeiros passos no mercado das finanças, seja para aquelas que já contam com certa experiência.
A mentoria é um processo que consegue aliar o pensamento teórico com a prática. Isso é muito importante no mercado financeiro como um todo, onde o networking é considerado uma ferramenta extremamente valiosa.
Ao fomentar o networking, as mulheres poderão consolidar espaços voltados para a troca de experiências e ideias.
Somente mulheres que deram certo e superaram desafios podem compartilhar suas experiências e ajudar outras mulheres a trilhar os mesmos caminhos.
Promoção da diversidade e inclusão
Também é importante priorizar a diversidade de gênero e a inclusão no local de trabalho, criando ambientes que valorizem as contribuições únicas das mulheres e promovam a igualdade de oportunidades.
Nessa linha, é necessário implementar políticas e práticas que ajudem as mulheres a alcançar um equilíbrio saudável entre suas carreiras e suas vidas pessoais, reconhecendo a importância de cuidar do bem-estar físico, mental e emocional.
Desenvolver uma cultura organizacional que promova a igualdade de oportunidades é o que vai fazer a diferença para muitas empresas, pois o reconhecimento do talento e da liderança das mulheres cria um ambiente onde elas possam prosperar e alcançar todo o seu potencial.
Estímulo ao empreendedorismo feminino
Cada vez mais é preciso apoiar e incentivar o empreendedorismo feminino no mercado financeiro, fornecendo recursos e suporte para mulheres que desejam iniciar e expandir seus próprios negócios no setor.
Também pode ser interessante promover eventos e projetos que desenvolvam oportunidades para mais mulheres, para que assim seja possível chegar perto de ter um mercado financeiro cada vez mais igual no número de mulheres e homens.
Empreender, gerenciar um negócio, saber negociar, vender e comprar, tudo isso é um estímulo a mais para todas as mulheres que almejam ingressar no mercado financeiro.
Por essa razão que, quanto mais mulheres investirem em negócios próprios, mais experiência e confiança terão para obter ainda mais conquistas.
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Conclusão
Os desafios que as mulheres enfrentam no mercado financeiro ainda persistem, no entanto, desde o século passado, por meio da investidora Eufrásia e, recentemente, com o exemplo da CEO Ticiane Amorim, muitas pontes foram erguidas e portas foram abertas.
Hoje em dia podemos aferir que temos muito mais possibilidade de acessar informações de qualidade acerca desse tema, bem como estabelecer trocas de ideias e experiências.
Gostou de saber um pouco mais sobre a presença das mulheres no mercado financeiro? É sempre importante estar atento a assuntos relevantes como esse, especialmente quando ainda existem muitos talentos desperdiçados pela falta de oportunidades no mercado.