Open Finance e o mercado de câmbio | Entenda as relações

Mercado de Câmbio

Se você ainda não ouviu falar no Open Finance, não se preocupe, pois a cada dia que passa esse conceito vem ganhando mais espaço, trazendo mudanças significativas na economia, na gestão de finanças e no mercado de câmbio.

No atual contexto, em que as ferramentas online e a convergência de várias tecnologias guiam os rumos do mercado financeiro para a digitalização, o Open Finance exerce um papel de extrema importância. Isso porque a integração das operações de câmbio no Open Finance possibilita o surgimento de soluções disruptivas no mercado.

Em virtude disso, várias instituições se tornam capazes de disponibilizar as condições mais favoráveis de câmbio, apresentar ferramentas de hedging mais sofisticadas e desenvolver serviços que facilitam até mesmo transações internacionais.

Esse boom de digitalização, estimulado por dados abertos e compartilhados, não só permite transações, mas também permite o desenvolvimento de saídas inovadoras de interação financeira.

Nesse caso, a fase 4 do Open Finance tem tudo para se tornar um grande passo no universo das fintechs e no mundo das finanças.

Para saber mais sobre o Open Finance e como ele afeta o mercado de câmbio, confira esse artigo que preparamos para você. Boa leitura!

Open Finance – Fique por dentro desse conceito

Também chamado de Sistema Financeiro Aberto, ele consiste em um ecossistema desenvolvido pelo Banco Central do Brasil.

Nesse ecossistema, a palavra “Open” não aparece à toa no nome, já que ele tem por objetivo ser uma iniciativa mais aberta para os clientes, permitindo que eles compartilhem dados cadastrais, financeiros e transacionais.

Além disso, o Open Finance também surgiu para viabilizar transações de pagamento a partir de diferentes plataformas, tudo isso de forma intuitiva, do jeito e quando o cliente quiser.

Na prática, o objetivo é conferir muito mais protagonismo e controle para a sua vida financeira, permitindo ainda realizar pagamentos de modo mais fácil e rápido.

Open Finance e Open Banking – Você sabe qual é a diferença?

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Outro termo bastante conhecido e que muita gente se depara hoje em dia é o de Open Banking. Não por acaso, é bem fácil pensar que ambos são a mesma coisa. No entanto, a única semelhança mesmo entre os dois é a palavra “Open”.

O Open Banking essencialmente é uma solução que permite aos consumidores compartilhar os seus dados bancários com terceiros, incluindo aí fintechs e demais empresas do setor financeiro.

Tudo isso, obviamente, com a devida autorização do cliente. A partir disso, tais empresas ficam liberadas para acessar dados sobre as suas transações, os seus saldos, recebíveis futuros e outras informações financeiras.

Posto isso, fica claro que o objetivo do Open Banking é aumentar a concorrência no setor financeiro e fornecer serviços mais inovadores e personalizados para os seus respectivos clientes.

Já o Open Finance é um conceito mais abrangente do que o Open Banking. Se o primeiro tem a ver com compartilhamento de dados bancários, o Open Finance está relacionado com a abertura de todas as informações financeiras de uma pessoa física ou empresa. E isso inclui investimentos, seguros, dívidas, contas de serviços públicos e várias outras informações de cunho financeiro.

Em virtude disso, podemos aferir que o intuito do Open Finance é proporcionar um panorama completo da situação financeira de uma pessoa ou empresa, permitindo que eles tenham mais controle sobre os seus gastos e ganhos.

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Participação das Instituições

Uma das principais características do Open Finance é que apenas as instituições financeiras autorizadas a funcionar pelo Banco Central podem fazer parte desse ecossistema.

Nesse leque de instituições, vale destacar que a regulamentação permite a presença de participantes obrigatórios e voluntários. Isso vai depender basicamente do porte da instituição e do dado ou serviço que será compartilhado.

Aqueles bancos considerados de grande porte participam obrigatoriamente do Open Finance para realizar o compartilhamento de dados. Inclusive, você pode consultar a lista completa das instituições participantes aqui.

Entenda os principais benefícios do Open Finance

Diante de tudo isso, fica mais fácil perceber que o Open Finance tem tudo para trazer uma série de vantagens. Entre elas a gente pode mencionar algumas mais relevantes a seguir.

Segurança

Todas as trocas de dados que ocorrem no Open Finance são feitas por meio de programas que viabilizam a interação entre instituições participantes. Esses programas são padronizados e desenvolvidos com um elevado grau de segurança.

Além do mais, determinadas soluções reúnem os dados financeiros do cliente em um aplicativo único.

Graças a isso, o cliente se torna apto a acompanhar as suas movimentações, obtendo ainda algumas sugestões de investimentos ou até mesmo na recomendação de novos produtos e serviços melhores e com custos que melhor se encaixam com os seus objetivos e necessidade.

Facilidade de pagamento

O Open Finance permitirá a realização de transferências bancárias fora do aplicativo do banco. Para isso contará com aplicativos destinados para esse objetivo.

Melhor saúde financeira

O Open Finance também permite que os consumidores tenham condições de visualizar a sua situação financeira de um modo muito mais amplo, resultando em um maior controle e gerenciamento das suas finanças.

Isso é um recurso fundamental para otimizar a gestão financeira de várias pessoas, permitindo a diminuição de dívidas, de gastos excessivos e com muito mais planejamento na hora de realizar investimentos, por exemplo.

Mais competitividade para o sistema financeiro

Ao possibilitar que várias instituições e empresas financeiras tenham condições de acessar os dados financeiros dos brasileiros, o Open Finance também estimula a concorrência no setor. A competição saudável entre instituições estimula o consumidor a obter melhores taxas e serviços.

Ofertas personalizadas

O Open Finance também possibilita que os bancos tenham condições de avaliar o risco de crédito e o comportamento financeiro de qualquer pessoa, inclusive não clientes.

Com esse tipo de recurso, se torna possível disponibilizar condições e soluções mais personalizadas e adequadas às necessidades e preferências individuais de cada um.

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Fase 4 do Open Finance – O mercado de câmbio

Para melhor compreender como o Open Finance pode influenciar o mercado de câmbio, é importante conhecer melhor como funciona esse mercado.

Nesse sentido, vale ter em mente que as operações no mercado cambial ocorrem em pares, pois a aquisição de uma moeda depende da entrega de outra. Ademais, as compras podem ser realizadas durante 24h, 5 dias por semana.

Como uma moeda é base e a outra contada para as negociações, as flutuações de câmbio se tornam possíveis.

Um aspecto do funcionamento do mercado de câmbio reside no fato de que as operações ocorrem de forma descentralizada e eletrônica, sendo que as partes negociam de forma direta apenas pelo intermédio de instituições financeiras.

Quem participa do mercado são os Traders e eles contam com funções distintas. De uma forma geral, os Traders podem ser:

  • Instituições financeiras
  • Investidores
  • Hedges Cambiais
  • Especuladores

O Banco Central do Brasil controla a compra e a venda de moedas estrangeiras no país e é responsável pela política cambial que está em vigor, com permissão para alterar e determinar o valor de uma moeda estrangeira.

Normalmente o mercado utiliza taxas cambiais flutuantes, conforme a política estabelecida, interferindo de modo pontual caso seja preciso. Por isso, qualquer negociação que envolva dinheiro internacional que não passe pelo Banco Central é uma ação ilegal.

Regulação e implementação

A relação do Open Finance e o mercado de câmbio é planejada com cuidado. Desse modo se torna possível assegurar uma transição sutil para as instituições financeiras envolvidas.

Em 2021 já havia a possibilidade do compartilhamento de taxas de câmbio, do Valor Efetivo Total (VET), da moeda estrangeira, do modo de entrega da moeda e do tipo da transação.

Com a fase 4 em andamento, uma nova etapa foi consolidada, indo além do que conhecemos como serviços bancários, marcando de forma significativa a alteração para o Open Finance.

O objetivo básico disso tudo é incentivar a competitividade e assegurar as soluções mais benéficas para os clientes.

Com o intuito de fazer parte do Open Finance, é preciso ser uma instituição autorizada pelo Banco Central e adotar as regras exigidas pelo órgão regulador.

Valor Efetivo Total – O que é?

O Valor Efetivo Total (VET) consiste no custo total de uma operação de câmbio, que contempla a taxa de câmbio, das tarifas e tributos.

O Valor Efetivo Total inclui três componentes principais:

  • A taxa de câmbio, usada para estipular a quantidade de moeda estrangeira que a pessoa receberá em troca de seus reais.
  • Tarifas, que são cobradas pelos serviços bancários.
  • Tributos, como, por exemplo, o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e os encargos governamentais.

Na prática, o Valor Efetivo Total é um índice que oferece uma visão abrangente dos custos envolvidos em transações cambiais.

A ampla compreensão do funcionamento do VET e de como calculá-lo é fundamental para tomada de decisões financeiras cada vez mais certeiras, especialmente para investidores.

O cálculo do Valor Efetivo Total (VET) é realizado a partir da soma de todos os encargos cambiais divididos pela quantia da moeda internacional que a pessoa deseja comprar ou vender. Dessa maneira, a equação consiste em:

VET = [(Valor da compra * Taxa de Câmbio) + IOF + Tarifa] / Valor da compra.

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Desafios a serem superados no Open Finance

De forma geral, como toda e qualquer novidade que envolve tecnologia e novas soluções, é óbvio que o Open Finance não terá um caminho composto só por flores pela frente. Alguns obstáculos deverão ser superados. E nesse sentido, vamos entender quais são os principais.

Desigualdade de acesso

A vantagem das inovações nem sempre é igualmente distribuída. E isso acaba favorecendo aqueles clientes de instituições de grande porte e com mais recursos tecnológicos.

Dificuldade na compreensão das operações

O gerenciamento de um grande volume de dados pode ser uma tarefa difícil, principalmente para as empresas de pequeno porte. Além do mais, não adianta estar inserido e receber as informações, mas é fundamental entender o que fazer com eles.

Adesão dos clientes

Aderir ao Open Finance é uma ação total do cliente. Nesse sentido, a pessoa necessita ser convencida que a adesão desses compartilhamentos é algo extremamente benéfico e seguro.

Por essa razão, será importante incentivar o desenvolvimento de conteúdos educativos e informativos acerca desse tema.

Como funciona do mercado de câmbio no Brasil

Entender como é o funcionamento do mercado de câmbio e como ele impacta nas suas operações é essencial para quem quer assegurar uma gestão bem feita.

Quando a gente fala em câmbio, estamos falando na troca de uma moeda pela outra, mas ainda assim o seu conceito em si nem sempre é compreendido por todos.

Por essa razão, o câmbio ocorre quando a troca de uma moeda de um país gera uma quantidade determinada da moeda do segundo país. Em suma, é a quantidade de reais necessária para se comprar US$ 1, por exemplo. Na prática, ele é o valor que se paga para vender uma moeda e comprar outra.

Aqui no Brasil, por exemplo, o câmbio comercial ou de turismo é regulado pelo Banco Central. Desse modo, tudo o que entra e sai do país por intermédio de negociações financeiras deve responder ao Banco Central.

Além do mais, o câmbio não é uma realidade apenas para executivos ou empresas de grande porte. Quando você ou alguém que você conhece tem a intenção de empreender uma viagem internacional, é preciso adquirir as moedas do país destino.

Essa aquisição é a utilização do câmbio. Ao fazer isso, você compra tantos dólares, ou a moeda que você irá precisar por tanto da moeda brasileira.

Contudo, é fundamental compreendermos que toda e qualquer negociação financeira que passa dos limites das fronteiras nacionais deve passar pela regra do câmbio, que é então, a troca da moeda local pela moeda estrangeira. E tudo isso será impactado pela presença do Open Finance.

Detalhes sobre o mercado de câmbio no Brasil

Em 1999 foram fundamentados três detalhes que ajudam a consolidar o câmbio no Brasil. São eles:

  • Políticas econômicas.
  • Metas para superávit.
  • Utilização do regime de câmbio flutuante.

No regime de câmbio flutuante, é o próprio país que determina a sua taxa de câmbio entre um país e outro. Desse modo, os indivíduos que negociam a troca de moedas contam com uma dose de autonomia no momento de comercializar a troca das mesmas.

No entanto, vale ressaltar que existem alguns fatores que influenciam o valor no regime de câmbio flutuante, como, por exemplo:

  • Política fiscal e monetária dos países.
  • Taxas de juros internas e externas dos países.
  • Níveis de inflação dos países.
  • Níveis de exportações e importações.
  • Atividades turísticas.

Em virtude disso, o regime de câmbio flutuante conta com forças de oferta e demanda por moedas estrangeiras e, a partir disso, eles irão determinar o valor do câmbio.

Ainda assim, é interessante destacar que o governo não atua interferindo no funcionamento do mercado cambial, pois ele é autorregulado e acompanha uma proposta de oferta e procura.

Desse modo, a gente pode concluir que, se a demanda por dólares no Brasil aumentar, o valor dessa moeda também deve subir, o que faz a taxa de câmbio aumentar, sofrendo uma desvalorização cambial.

Por outro lado, caso os agentes econômicos tenham preferência pelo Real em relação ao Dólar, uma valorização cambial deve acontecer gerando uma redução na taxa de câmbio.

Como ficará o mercado de câmbio com o Open Finance?

A integração das operações de câmbio no Open Finance tem tudo para estimular inovações disruptivas no mercado.

Diante disso, as instituições podem ter a oportunidade de disponibilizar condições mais vantajosas de câmbio, desenvolver ferramentas de hedging sofisticadas e criar novos serviços que facilitam transações internacionais econômicas e eficientes.

Na prática, podemos aferir que quem necessita realizar a troca de moedas também será beneficiado pelas características do Open Finance.

Nessa etapa inicial, as empresas que operam no mercado de câmbio compartilharão as informações sobre o Valor Efetivo Total (VET) e a taxa de câmbio praticada, além de tarifas e taxas de serviço para quem efetuar cadastro nessas empresas.

A era digital, estimulada por dados abertos e compartilhados, não apenas facilita a ocorrência das transações, mas também fortalece o desenvolvimento de métodos criativos de interação financeira.

Na prática, do mesmo modo que a internet reformulou os fluxos de informação, a fase 4 do Open Finance tem tudo para ser a próxima grande onda para um aumento de adesão. No entanto, essas iniciativas necessitam resultar em eficiência, personalização e segurança.

Neste link você vai entender um pouco mais sobre como funcionam os Bancos Centrais fora do Brasil

Conclusão

Com esse artigo mostramos para você que o Sistema Financeira Aberto, mais conhecido entre nós por Open Finance, é uma solução inovadora e que tem tudo a ver com o atual contexto das fintechs e a digitalização da gestão financeira.

O Open Finance permite que clientes de produtos e serviços financeiros possam compartilhar as suas informações entre diferentes instituições autorizadas pelo Banco Central, incluindo a movimentação de suas contas bancárias.

Tudo isso de forma segura e rápida, a partir de diferentes plataformas e não apenas pelo aplicativo ou site do banco.

Nessa fase de implementação do Open Finance, você viu que o mercado de câmbio também será impactado, disponibilizando informações como o VET (Valor Efetivo Total) e as taxas de câmbio.

Também apontamos que essas inovações podem proporcionar uma influência positiva nas transações internacionais, pois novas ferramentas serão utilizadas.

Por tudo isso, vale a pena ficar de olho no que essas novidades estão trazendo para o mundo da gestão financeira.

Por fim, não se esqueça também de conferir outros dos nossos conteúdos, em que a gente traz para você conceitos interessantes sobre soluções e ferramentas digitais no dia a dia das empresas e instituições financeiras.

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